sábado, 28 de fevereiro de 2009

SANTA LUZIA

Orago: Santa Luzia
Área: 4,28 Km2
Habitantes: 1.837 (1991)
Eleitores: 1.346 (2007)
Actividades económicas: Pesca, turismo e agricultura.
Património: Igreja matriz e Fontanário no Bairro dos Pescadores.
Outros Locais: Aldeamento turístico de Pedras d’El Rei, Praia, Terra e Esteiro da Ria Formosa.
A origem desta freguesia remonta a 1577, e o seu nome é uma invocação à Santa do mesmo nome, siciliana, protectora dos doentes dos olhos.
Santa Luzia foi elevada a vila em 13 de Maio de 1999.

SANTA CATARINA da FONTE do BISPO

Santa Catarina já era povoação à data da conquista de Tavira por Dom Paio Peres Correia, no ano de 1239.
A Igreja Matriz, orago de Santa Catarina de Alexandria, é obra do Séc. XV
Área: 119,17 Km2
Habitantes: 2.359 (1991)
Eleitores: 1.613 (2007)
Actividades económicas: Indústria cerâmica artesanal, destilarias de aguardente de medronho, figo e alfarroba e agricultura.
Património: Igreja matriz, Casa do Povo brasonada e moinhos de vento.
Outros Locais: Aceifão, Águas das Tábuas, Alcaria do Cume, Alcaria Fria, Alcarias, Alcorvel, Aldeia, Alqueivinhos, Amarela, Amendoeira, Aporfiosa, Barrocais, Bengado, Boavista, Carneiros, Carrasqueira, Carvalhal, Carvalhoso, Casas Altas, Casas Juntas, Casas Novas, Cerro do Leiria, Corte, Corte das Noivas, Corte do Peso, Corte Vidreiros, Cruzes, Curral da Pedra, Desbarato, Eiras Altas, Espartosa, Fonte do Bispo, Funchal, Hortas, Julião, Laranjeiras, Laranjeiro, Malhada de Álvaro Vaz, Malhada do Judeu, Malhada do Nobre, Malhada do Rico, Malhada de Santa Maria a Franca, Marco, Montes e Lagares, Morenos, Pocilgais, Porto Carvalhoso, Ribeira e Bemparece, Torre, Umbria, Várzeas, Várzeas do Vinagre, Soma.

LUZ DE TAVIRA

A Luz de Tavira é uma freguesia do concelho de Tavira, com 31,53 km² de área e 3 778 habitantes (2001).
Densidade: 119,8 hab/km².
Foi elevada a vila em 12 de Julho de 2001, tendo a sua designação sido alterada de Luz para Luz de Tavira.
Orago - Nossa Senhora da Luz
Principais sítios desta freguesia: Igreja (ou Aldeia), Amaro Gonçalves, Arroio, Arroteia, Belmonte, Brejo, Campina, Luz, Maragota, Murteira, Palmeira, Pereirinhas, Pinheiro e Torre de Aires.

CACHOPO

Cachopo é uma freguesia do concelho de Tavira, com 197,56 km² de área e 1 024 habitantes (2001).
Densidade: 5,2 hab/km².
A igreja Matriz cujo orago é Santo Estêvão data de 1535
A freguesia de Cachopo está situada na zona serrana do concelho de Tavira, mais concretamente na Serra do Caldeirão e é considerada por muitos como a aldeia mais típica do nordeste algarvio.
Fez parte do concelho de Alcoutim até cerca de 1836.
A economia da freguesia tem por base a agricultura, a pecuária, a apicultura, a caça, a produção de cortiça e mais recentemente o turismo cultural já que se encontra numa zona de grande densidade de monumentos megalíticos: Anta da Masmorra, Anta das Pedras Altas, Anta Curral da Castelhana, Tholos da Eira dos Palheiros.
Além disso as “Casas circulares” ou “Palheiros“, edifícios de pedra e telhados de palha, de origem Pré-Histórica, que serviam para apoio aos agricultores; os rurais Moinhos de Vento; ou a interessante Fonte Férrea, que outrora foi lugar de eleição das gentes de posse da região Algarvia pelas suas águas medicinais, hoje em dia um local aprazível de lazer, com parque de merendas são outros tantos pontos de interesse turístico-cultural.

CABANAS

Cabanas de Tavira é uma jovem freguesia do município de Tavira, localizada em pleno coração da Reserva natural da Ria Formosa, na zona oriental do Algarve.
A freguesia foi desanexada da freguesia vizinha de Conceição e a sua criação data de 20 de Junho de 1997.
A sede da freguesia é Cabanas, também recentemente elevada à categoria de vila, a 19 de Abril de 2001.Para além da vila, a freguesia é constituída pelos seguintes lugares: Gorgulho, Canadinha, Canada, Arrancada, Pocinho de Oliveira, Gomeira, Barroquinha, Barroca, Morgadinho, Morgado, Baleeira e Lacém.
A área total da freguesia é de 4,8 km2 e as suas fronteiras são as seguintes: a norte, no sentido oeste este a via ferroviária até ao ponto em que esta cruza com a E.N. 125, passando a partir desse ponto a ser esta última a sua fronteira norte; a este, o ribeiro do Lacém; a oeste, a ribeira do Almargem; a sul, o oceano Atlântico.
O registo demográfico da freguesia é de 1181 habitantes permanentes, número que aumenta consideravelmente na época estival, em virtude do fluxo turístico.
A história de Cabanas, encontra-se intimamente ligada à pesca do atum. Por volta do ano 1734, na sequência da fundação da Armação dos Mares de Tavira, surgiram as primeiras cabanas, indispensáveis à recolha dos apetrechos de pesca e ao alojamento da companhia. As cabanas situavam-se a levante, junto da barra, e as referências ao local utilizam o topónimo Cabanas da Armação.
Para mais informações ir por aqui Junta de Freguesia das Cabanas de Tavira

FORAL VELHO DE TAVIRA 1266


Em nome de Cristo e Sua Graça, notificamos, tanto os presentes como os futuros, que eu Afonso, pela Graça de Deus, Rei de Portugal (1) com minha mulher a Rainha D. Beatriz, filha do ilustre Rei de Castela e Leão (2), e nossos filhos e filhas, os infantes D. Dinis, e D. Afonso e Dona Branca e Dona Sancha, faço carta de foro a vós povoadores de Tavira presentes e futuros, foro, usos e costumes como os da Cidade de Lisboa, excepto a jugada de pão de que vos desobrigo (3) perpetuamente e retenho para mim e todos os meus sucessores, todos os fornos de pão e todas as salinas, construídas ou a construir (4) em Tavira e seu termo, e todas as tendas (5) que os reis sarracenos tinham no seu tempo(6).
Igualmente reservo para mim e todos os meus sucessores que se não venda pão em Tavira nem no seu termo (7) outro sal, senão o meu. Também reservo para mim e todos os meus sucessores que o vizinho de Tavira que quiser levar o vinho de Tavira ou de seu termo me (8) pague, de cada tonel de vinho que tenha comprado, meio morabitino. E quem não for vizinho pague, por cada tonel de vinho que levar, um morabitino, e em face disso vos desobrigo e àqueles (9) que levarem vinho de Tavira ou de seu termo, daqueles almudes de vinho que pagam em Lisboa, de portagem do vinho que tiram por mar, salvo o direito de relego, durante os seus três meses (10).
Também reservo para mim e para meus sucessores, as casas que foram de Abenffabílya e a adega (11) da Alfeição (12), e a horta que foi de Abenfabílya (13) e a outra horta que o bispo (14) tinha e todos os figueirais e vinhas que receberam para os meus reguengos conforme foram demarcados (15) e as azenhas da ponte, e todos os moinhos da Aceca construídos e a construir, e pisões e azenhas, se aí as fizerem, excepto os moinhos que Domingos Rodrigues (16) tinha, os quais dei a Dom João de Aboim, por seu herdamento, pela minha carta com selo de chumbo (17).
Também retenho para mim e para todos os meus sucessores, os açougues, fangas e banhos (18) de Tavira, e a pesca da baleia (19) e todo o direito de padroado das igrejas, construídas e a construir em Tavira e seu termo. E em todas as outras coisas além das referidas, dou e concedo-vos o foro, usos e costumes da cidade de Lisboa cujo foro é assim: (20).
Dou-vos ainda por foro, etc, (21) o que acima foi dito na carta registada do foro de Silves.


NOTAS

1 -- ou juntamente com minha mulher.
2 -- Damião de Vasconcelos traduz esta passagem erradamente por "ilustre filha dos reis de Castella e Leão". D. Beatriz era até filha bastarda de Afonso X.
3 -- Preferimos desobrigo a quito, por ser termo arcaico.
4 -- O texto original faz a separação de masculinos e femininos repetindo as formas verbais. Eliminámos essa redundância.
5 -- Outros traduziram por casas.
6 -- Eliminada a redundância "no tempo dos sarracenos".
7 -- No texto vem no plural "in suis terminis".
8 -- "Solvat michi. Michi é uma variante de mihi, dativo do pronome pessoal, primeira pessoa.
9 -- àqueles, tradução do dativo illis.
10 -- Reduzimos a frase sem atraiçoar o seu sentido.
11 -- Encontrámos e mantivemos apotecam traduzida por adega, mas é um termo que pode ter mais significação.
12 -- Alfeição ou Afeição que aparece em velhas tradições em Tavira.
13 -- O nome apresenta-se com variantes e até minúscula na inicial: abenfalilya.
14 -- Refere-se a D. Roberto, bispo de Silves, proposto por Afonso X. A horta fica na propriedade dos Carvalhos na Rua do Poço do Bispo.
15 -- Eliminámos as distinções causadas pelos diferentes géneros. Partimos do princípio de que o escriba usou o e em vez do ditongo ae na palavra demarcate. Demarcados refere-se a figueirais e vinhas.
16 -- Valido de D. Afonso X.
17 -- A carta consta do Apêndice deste trabalho. Ela completa o nosso foral precisando que os bens doados em 4 de Abril de 1265 por D. Afonso III a D. João de Aboim, seu mordomo e "crientulo" (homem da sua criação), são os seguintes: casas, vinhas, figueirais, hortas, moinhos e herdades de lavoura. O Foral de Tavira apenas refere moinhos.
18 -- Banhos e não baleias. Havia também banhos públicos em Loulé e Faro e também o Rei os reservou para si.
19 -- Existia realmente a pesca da baleia no Algarve.
20 -- Deveria naturalmente seguir-se a transcrição do Foral de Lisboa, o que não acontece.
21 -- Este etc. substitui as palavras "usus et consuetudines" que o escrivão não quis repetir.

OBS:
O foral de Tavira com o de Silves, Faro e Loulé, são os mais antigos do Algarve e foram concedidos por D.Afonso III, em Lisboa, no mês de Agosto de 1266.
Está registado no Livro lº de Dom Afonso III, fl 97 v. e arquivado na Torre do Tombo

In II Jornadas de História / Clube de Tavira
Armando da Costa Franco
António Araújo de Sousa
Trabalho informático de Octávio Ribeiro

Tempestade Perfeita